domingo, 6 de dezembro de 2009

HA!

- Faz tempo que não apareço por aqui.
Na verdade eu e
squeci por completo que isso existia,
e por conta disso me sinto leve pra voltar!

Nunca sei quem lê, ou se alguém costuma ler meus escritos
de internet, e me impressiono quando ouço "Eu li aquilo no bulógui..."!
Eu me espanto com pouco.
Chegou dezembro já,
e mês passado consegui voltar a desenhar.
Então, minha inspiração tem que voltar também,
não é possível!
A verdade é que a maioria das coisas não finalizo,
e vão passar a eternidade como "rascunho" e isso
nem é tão ruim se você ler Quintana, ele costuma falar da beleza
dos poemas pra sempre inacabados...

Dou as boas vindas à mim mesma.
E espero fugir do meu estilo mais que nunca,
já que é só assim que as coisas parecem funcionar direito.



sábado, 17 de outubro de 2009

um conto de voltaire, só pra nada!

Ando numa falta de criatividade sem limites.
Não há motivos, só ando assim.
Estou lendo um livro bom, colocar um trecho dele aqui me ajuda
a pensar que não abandonei esse meu Bloco de Folhas!
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O Nariz

Um dia, Azora (mulher de Zadig) voltou de um passeio irada e proferindo grandes exclamações: "Que tem você, cara esposa? - perguntou ele. - Por que está tão fora de si? - Ah! - disse ela. - Você estaria como eu, se tivesse visto o espetáculo que acabo de presenciar. Fui consolar a jovem viúva Cosru, que acaba de construir, faz dois dias, o túmulo de seu jovem esposo, perto de um riacho que cruza esta campina. Ela havia prometido aos deuses, em sua dor, ficar ao pé do túmulo enquanto o riacho corresse por ali. - Ah! - disse Zadig. - Eis aí uma mulher de valor, que amava verdadeiramente o marido! - Ah! - retrucou Azora. - Se soubesse o que ela fazia quando cheguei! - O que era, Azora? - Desviava o curso do riacho." Azora se expandiu em invectivas tão prolongadas, explodiu em censuras tão violentas contra a jovem viúva, que essa ostentação de virtude desagradou a Zadig.

Ele tinha um amigo, chamado Cador, que era um dos rapazes em que sua mulher achava mais honestidade e mérito que nos outros: Zadig resolveu confiar nele, assegurando na medida do possível sua lealdade por meio de um respeitável presente. Azora, depois de passar dois dias com uma amiga no campo, voltou para casa no terceiro. Criados em prantos lhe anunciaram que o marido morrera de repente aquela noite, que não haviam tido coragem de lhe levar a funesta notícia, e que acabavam de sepultar Zadig no túmulo de seus pais, no fundo do jardim. À noite, Cador pediu para ser recebido e ambos choraram. No dia seguinte, choraram menos e jantaram juntos. Cador confiou-lhe que o amigo lhe havia deixado a maior parte dos bens, e deu a entender que ficaria feliz se partilhasse com ela essa fortuna. A dama chorou, zangou-se, enterneceu-se; a ceia foi mais longa que o jantar; falaram com mais confiança. Azora fez o elogio do defunto; mas reconheceu nele defeitos que Cador não tinha.

Em plena ceia, Cador se queixou de violenta dor no baço; a dama, inquieta e precipitada, mandou trazer todas as essencias com que se perfumava, a fim de ver se havia uma boa para dor de baço; lamentou muito que o grande Hermes não estivesse mais na Babilônia; dignou-se mesmo a tocar o lado onde Cador sentia dores tão vivas: "Você é sujeito a essa cruel doença? - perguntou ela compassiva. - Vez por outra ela me leva à beira do túmulo - respondeu Cador - e só existe um remédio capaz de me aliviar: é aplicar-me do lado o nariz de um homem morto na véspera. - Que remédio esquisito - observou Azora. - Não é mais esquisito - replicou ele - que os saquinhos do Sr. Arnu contra apoplexi." Esta razão, acrescida do singular mérito do rapaz, terminaram decidindo a dama. "Afinal - disse ela - quando meu marido passar do mundo de ontem para o mundo de amanhã, acaso o anjo Asrael lhe barrará a passagem por que o nariz dele está mais curto na segunda vida que na primeira?" Apanhou, pois, a navalha; foi ao túmulo do esposo, regou-o com suas lágrimas e se aproximou para cortar o nariz de Zadig, que encontrou estendido na cova. Zadig se levanta, segurando o nariz com uma das mãos, e detendo a navalha com a outra. "Minha senhora - disse ele - não deblatere tanto contra a jovem Cosru; o projeto de me cortar o nariz deixa atrás o de desviar o riacho."
Conto de Voltaire, que
faz parte duma saga, chamada
Zadig (ou O Destino) de 1747,
dedicado à Mme. de Pompadour
.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

música

Titãs - Sacos Plásticos (2009)

Gosto muito da banda.
Pra mim um dos melhores cds, se não for o melhor!
Recomendo: Deixa eu sangrar; Porque eu sei que é amor; Sacos Plásticos; Nem mais uma palavra
Música nacional, simples, sem frescura, de verdade também me agrada!

domingo, 20 de setembro de 2009

domingos e seus nadas

A Tristeza do Rei, 1952 - Henri Matisse
Há dias que valem serem perdidos pra fazer nada...
Ou que esse nada vire uma análise de uma obra qualquer.
A minha preferida de Matisse é A Tristeza do Rei (que faz uma referência a "Saul und David" de Rembrandt) e é uma espécie de auto retrato onde ele é a forma negra e o que o rodeia simboliza o importante que passou na sua vida, já na velhice.
Gosto de cores.
Admiro Henri!

domingo, 13 de setembro de 2009

personas

César - 02
- Caindo aos pedaços!, disse ele quando lhe perguntaram da casa do pai.
Havia estado lá, e ficou com a impressão de não ter saído, mesmo depois de ir embora.O pai preferia viver só. Seus três irmãos e ele já haviam entendido isso. E o velho só definhava.
Era estranho o que passava pela mente de César quando ele foi dormir naquele dia.
Não sentia cansaço. Não sentia as mãos também, talvez por vergonha.
Vergonha por um dia ter desejado segurar o mundo inteiro com elas, vergonha por depender delas pra não passar fome. Vergonha por olhá-las e não ver aliança, posses, ou até mesmo um filho. Vergonha por ter perdido seu passado imaginando seu futuro firme.
Ainda assim, foram aquelas mãos que seu pai beijara ao abençoá-lo aquele dia.
Naquela noite César sentiu que o ser humano é mesmo muito competente quando quer diminuir-se ou confundir-se.

personas

Data: -/entretrabalhos/-
De todos os lugares que passei, aquele me pareceu o melhor. Eu andava sem noção nenhuma do que via, me surgia de repente o menos esperado. Cachorro, pipoqueiro, crianças e até casais.
Surgiu tudo e nada, e luz e vazio.
Sempre eu sonhava assim. Acordada, perdida, no meio de uma situação que exigia minha atenção total. E eu? Eu suspirava e voltava a provar mais um vestido de noiva...
Eu nunca me casei.
Eu sempre vou a restaurantes

Catarina

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

personas

. Outro ser que vem tem vez: Homem, velho, bem memoriado Joaquim.

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Joaquim pensa:

"E sempre que eu quisesse voltar, lá estava ela. Ou não?
Tão serena em sua inquietude, que me pertubava o juízo só de imaginar a possibilidade de seu olhar mirar algo que não a mim.
Mas claro, ele mirava.
Era morte, angústia, ciúme, ódio. Era repulsa que me dava e que a mim mesmo enojava.
Tolo era eu!
Ela se ria, me ria. Traía todas as ordens que diziam como deve ser um amor puro e brando por um homem.
Sentia a qualquer momento que ela iria me destruir.
Era impossível não querê-la.Ela dançava, me estendia a mão, ria da minha rabugice. Eu ía.
Todo meu zêlo exalava temor.
Ela era tudo que eu podia ter.
Tudo que podia me trazer o fim.
Mas tudo que mexia em meu interior.
Era um conflito suado e gasto esse meu comigo mesmo.
Ela se ria.
Com certeza tinha noção de todo seu poder. "

terça-feira, 4 de agosto de 2009

personas

. Outra pessoa, e que veio me visitar pela primeira vez um dia desses, César.

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César - 01
Limpou os pés, entrou no quarto sentindo-se mais sujo ainda. Pensou num banho enquanto percebia um aroma novo na fronha da cama. - Janaína sempre gostou mais de lavanda... Viu o forro envernizado de madeira, que um dia teve um certo brilho falso que ele não gostava. Depois de tantos anos, pelo menos o forro parecia mais atraente.
Sentou-se na cama com culpa por ter suado uma fronha limpa que sua irmã arrumou.
Fechou ou olhos, com as duas mãos na frente deles como se quisesse impedir alguma tentativa, própria, de forjar sua vontade de adormercer o "ver", para que ele fosse outro quando suas mãos decaíssem sobre os joelhos e o sol que entrasse fosse ainda mais fraco na janela.
E então abriu os olhos. Mas o fez no momento errado (ou certo) e Carlos já batia na porta. - Você quer carona hoje, César?
**

personas

. Muitas vezes, desde há muito tempo, sinto vontade de escrever com sentimentos que não passam por mim, criados por lembranças criadas, sensações que vêm mas não são minhas, como se as palavras brotassem e pertencessem a outro. Quando se estuda Fernando Pessoa se vê que isso não é tão incomum! Surgem pessoas, que não sei se vão voltar, e me deixam ás vezes, sem me detalhar parentes, idade, escolaridade, aos poucos isso pode aparecer, ou nao. Mas acho que elas são importantes, já que elas soltam seus pensamentos nos meus .

Apresento-lhes, senhoras matrizes desse lugar, Catarina, uma delas.
Mulher, solteira. E fim.

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Data: -/solnascendo/-
Lamentei, certa vez, ao tempo todas as minhas derrotas, perdas, meus desencontros, desenganos, meus acasos, faltas. Gritei a ele o nome de todos aqueles a que amei e me responderam com indiferença, descaso, traição. Repeti todos os números que carregava, de quantidade de lágrimas derramadas, de horas de solidão, de palavras e gestos ofensivos que recebi. Falei também do que o peso de tudo isso em minha vida tinha me causado: faltas de oportunidades, amizades, sonos tranquilos.
Após soltar tudo, chorei já sem forças e dormi. Acordei ainda pesada e disse ao tempo
que sentia falta das flores, das plantas.
Catarina

sábado, 1 de agosto de 2009

Julho nosso...


Foi uma mistura tão intensa de tudo, que o início parece ter tido mil formas e mil chegadas.
Às vezes me sentir você, às vezes esquecer quem sou para assistir a um sorriso seu.
Um cuidar tão delicado.
Um grito que não diz o que queria.
Um "Bom dia" escuro, com olhares entregues, com almas tão próximas, de um jeito como não sabíamos que poderíamos estar.
A saudade é mesmo linda quando expulsa dos nossos dias.
E as lágrimas que chegam no fim do nosso tempo, resgatando a falta, saem e mostram a dor de dentro.
A dor de quem sonha tanto, quem não quer e quer tanto...
Tantas luzes juntas, tantas nuvens, tantos quereres.
Sono bonito.
Bobagens de quem ama.
Pentes, cremes, anéis, folhas, agonias...
Teimosia prazerosa, cansaço leve de abraços que se converte em carinho.
Tantas Coisas para um Seu Coisa e uma Sua Coisa.
"A gente é muito estranho!" "A gente é tão bonito!"
Nós somos tão "nós".

Obrigada pelo amor.
Sim, você está comigo...

sábado, 27 de junho de 2009

coisa alguma


Hoje eu não quis te encontrar. Veio a lembrança boa, o cheiro forte, o olhar avulso. E eu não quis te ter. Espero ainda por você. Ainda estamos juntos. Mas hoje não te chamei. Hoje foi um dia daqueles em que eu quis mais a mim. Quis me ver, quis me ouvir.
Hoje eu quis achar que não amava, que não sonhava, que não sentia falta alguma. Quis sentir que eu me bastava, que meu olhar sozinho enxergava, que minhas mãos eram sadias soltas no ar. Hoje eu não quis rima, não quis verso. Não quis música. Quis estar avessa. quis até desdenhar em silêncio. Mas é só mais um dia de quem ama e não sofre. De quem ama e só pode amar. E além disso, não sabe o que é espera.
Mas assim como hoje, amanhã ainda direi Eu Te Amo.
imagem Jules
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Um dia

Um dia

Tenho as tardes que preciso
Para ter as lembranças mais sonolentas
As nuvens, a terra, as ruelas

Tenho as manhãs mais iluminadas
E propícias a dias de eternos sorrisos fotografados
E primaveras inventadas por cores soltas

Tenho noites chorosas de tempestade
Com um céu vermelho
E ventos frios e o poder de fazer descanso com pouco

Tenho as palavras da cidade
Todas elas soltas em minha cabeça
As imagens criadas em sonho e canetas ansiosas

Mas, não tenho um poema
Mas, vivo um amor...
Então, o que será inspiração?

sábado, 20 de junho de 2009

Conformismo em Philia

Conformismo em Philia

Ontem, quando dei por mim não mais senti
A presença daquilo era algo natural demais
Bom demais para durar tanto
Sem mais que uma noite de lamentos,
Sem mais que duas conversas de pesar
Eu a deixei ir...

De súbito eu sofri alguns frios na espinha,
Quando me imaginava sem um ponto meu
Mas percebi que isso poderia se tornar um egoísmo triste
Não sofri mais

Hoje, acordei devagar sem procurar
Não precisava
Meus sonhos mostraram como a falta de cumplicidade
esvaziou minhas lembranças do dia
Como não notar?

Talvez, agora, nesta tarde, ela pudesse andar comigo
Sorrir talvez, lamentar talvez, julgar alguém talvez...
Mas nunca a nós. Nós somos fortes, muito fortes.

E ela se foi...

Quando quiser voltar
Abrirei as portas para ela
Ouvirei seus arrependimentos
E o que farei?
Saberei.
Só saberei.
Pois na falta do amor, a sabedoria bate à porta.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

à mim

Continuo usando esse espaço como algo que não me consome,
sem motivo, algo que se morrer não me dói.
E ao fim desse pensamento eu me pergunto: Então pra quê?
Pra nada. É como ter um bloco de papel.
ISSO!
Isso aqui (vulgo Blog) é um Bloco de Papel.
Então, me desculpem se em algum momento
os senhores virem algo sem coerência,
sem nexo, feio, sem métrica, sem estilo, sem diferença.
É que rabiscos são incontroláveis...



p.s.: adoro Miró!

terça-feira, 2 de junho de 2009

Presente que Ganhei

"Uma melodia e uns pedaços de pensamento eram o que queria.
Levam-me fácil demais as horas, fazem meu atraso e meus hábitos.
Uma liberdade me deve faltar,
um azul e sem direção
como aqueles tempos que combinam tão bem com as melodias.
Tenho gosto pelo dó e,
recentemente descobri, por vozes baixas e sob controle.
Ver de fora para dentro meus olhos curtos
com sorrisos quase sempre prontos para sair.
As imagens que não formo direito em minha cabeça.

Ir embora com uma bolsa do lado. Eu seria bonito.
Cheio de mistérios até para mim mesmo, cheio de segredos para quem vê.
Eu seria bonito. Mas o sonhodia parece estar sempre um dia à frente,
o que falta está tão longe do alcance dos olhos como do da memória,
criar dá medo. Esquecer-me disso e saber como é sentir dentro.
Eu seria bonito e feliz.
Lembrança e saudade juntas.

O presente ser vontade e atenção.
Cada vista seria um espelho, cada dia uma oração.
Uma tristeza forte por cada limite invisível."

Peter - janeiro de 2009

quinta-feira, 28 de maio de 2009

todo mundo merece!


Para mim o Linus é demais...!

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Luzes

Luzes

Com o tempo vê-se

que não há nada mais dolorido
quanto abandonar sonhos.
Não conseguir algo,
não fazer de seu dia um bom dia,
não conquistar o que quer que seja...
Tudo quanto de mais doído exista
de certa forma,
é a perda de sonhos.
O que dói não são as certezas
que não se modificam
e sim ter que ceder um sonho à realidade.
Pessoas são feitas de sonhos,
qualquer pedaço que lhes for tirado trará dor.

(out/2008)

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Idas

Idas

O espaço era pequeno para tanto retalho
A cabeça era pequena para tanto sonho
Foi de verdade que se acabou o que não havia
Foi uma sorte grande não querer mais insistir
Mesmo que eu tivesse um certo temor
Mesmo que a coragem estivesse longe
A jangada errada não funciona
O vento sopra p'ra levar as folhas,
mas leva muita coisa junto
Levo então à outro espaço os meus pedaços
Faço então uma limpeza nas memórias
Te deixo uma esperança vã
Vai se acabar com ou sem verdade

(julho/2008)

sábado, 23 de maio de 2009

Pensamentos aleatórios

AMBULÂNCIAS

Toda vez que uma sirene toca um pensamento
nada
digno passa pela minha cabeça:
Não há pacientes, há só mais um desesperado
querendo sair do sinal
lá dentro!
Aliás, todos pensam.
Nunca me ocorreu de sentir um arrepio,
ou uma lasca de preocupação do tipo:
"Será um infarto?", "Será uma grávida?" ,

"Será mais um adolescente decapitado por um
promotor/senador/vagabundô?"

Duvido que um ser vivã não tenha pensado
e aberto caminho a forte custo pra um samu
da vida enquanto resmungava.
Mas olhe, eu tenho coração, todos nós temos.
E todos nós esperamos nunca ter que precisar
de uma ambulância!

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Branco - feito pelo Peter. Gostei muito...

Branco

As sutilezas que são deixadas de lado
quando não se fazem rostos dignos de
quem tem um presente.

Será que vão para nós que as vemos?
Nunca achei que mudaria seu tempo,

admito que nem sempre estou pronto para ver
como é aleatório o tal presente.
Me faz sorrir devagar, e estou sorrindo.

Uns sons vem e outros vão, umas pessoas
tendem a aceitar mais que outras,

uma injustiça, já que é metade do caminho
para se tornarem algo numa vida.

Porque tocam mãos e não sabem de coisa alguma.
Porque nos abraçam e nos rodeiam tantos "quem sabes".
Eu olho para baixo e vejo muitas coisas, agora sim,

mas não sei quanto tempo isso durará até voltar a como era.
Deixado de lado, jogado,
achava que tinha e que levava comigo,

mas não fazia tanta diferença, tal qual uma sutileza.
É um cuidado a ser tomado pelo nosso bem.

É uma descoberta que se faz
e que nada muda a idéia de não mais deixá-la.
São descobertas...
(abril/2009)

quarta-feira, 25 de março de 2009

Cirandas

Cirandas

Fora do rádio ou dentro do avião
a música toca e embala e preenche tudo
A música inunda, resgata lembranças,
faz balbuciar antigos diálogos

Com a música vê-se aquele rosto,
pensa-se sentir o cheiro...
Que na verdade é só vontade de sentir

Confinado a escutar a música qualquer um está
Decidir ouvi-la ou não depende,
depende do quanto se entregou dos olhos no que já passou

A música acalma, maltrata, dá felicidade e melancolia
A música que toca e retoca são os sentimenos maiores
brincando de roda com a memória
E o lembrar é uma criança de canto que vê a roda
e morre de vontade de cirandar...
(dez/2008)

sábado, 21 de março de 2009

Entre os dois céus

Entre os dois céus

Se os pássaros me levarem
Eu sei que posso ir bem mais longe.
Se meu balão puder subir, iremos...
A cada dia a mata será mais verde do que antes
E se você quiser eu colho flores.
Não tenho medo das noites que encobrem com o escuro,
Qualquer coisa usamos o balão
E nos perdemos onde não há perigo.
Por que o céu é grande demais pra amedrontar,
Vazio demais pra nos afundar.
Cuidar para que o dia seja o agora será preciso.
Olha fundo a beleza que nasce com o sol
E esquece que a vida é curta,que senão ela encurta mais!
Viveremos então assim,entre o céu do nosso balão
E o céu dos nossos beijos.
(dez/2008)

domingo, 15 de março de 2009

Escorreito

Escorreito

Também há lugares bonitos longe do mar,
Até mesmo longe do amor
Mesmo que os olhos não aceitem
Que é possível haver beleza longe
do que de verdade é bonito
Por mais que eles não aceitem,
Eles irão sentir
E o sentir trará esperanças
Esperança de que o longe
Veja também o bonito de perto.
(dez/2008)