sábado, 27 de junho de 2009

coisa alguma


Hoje eu não quis te encontrar. Veio a lembrança boa, o cheiro forte, o olhar avulso. E eu não quis te ter. Espero ainda por você. Ainda estamos juntos. Mas hoje não te chamei. Hoje foi um dia daqueles em que eu quis mais a mim. Quis me ver, quis me ouvir.
Hoje eu quis achar que não amava, que não sonhava, que não sentia falta alguma. Quis sentir que eu me bastava, que meu olhar sozinho enxergava, que minhas mãos eram sadias soltas no ar. Hoje eu não quis rima, não quis verso. Não quis música. Quis estar avessa. quis até desdenhar em silêncio. Mas é só mais um dia de quem ama e não sofre. De quem ama e só pode amar. E além disso, não sabe o que é espera.
Mas assim como hoje, amanhã ainda direi Eu Te Amo.
imagem Jules
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Um dia

Um dia

Tenho as tardes que preciso
Para ter as lembranças mais sonolentas
As nuvens, a terra, as ruelas

Tenho as manhãs mais iluminadas
E propícias a dias de eternos sorrisos fotografados
E primaveras inventadas por cores soltas

Tenho noites chorosas de tempestade
Com um céu vermelho
E ventos frios e o poder de fazer descanso com pouco

Tenho as palavras da cidade
Todas elas soltas em minha cabeça
As imagens criadas em sonho e canetas ansiosas

Mas, não tenho um poema
Mas, vivo um amor...
Então, o que será inspiração?

sábado, 20 de junho de 2009

Conformismo em Philia

Conformismo em Philia

Ontem, quando dei por mim não mais senti
A presença daquilo era algo natural demais
Bom demais para durar tanto
Sem mais que uma noite de lamentos,
Sem mais que duas conversas de pesar
Eu a deixei ir...

De súbito eu sofri alguns frios na espinha,
Quando me imaginava sem um ponto meu
Mas percebi que isso poderia se tornar um egoísmo triste
Não sofri mais

Hoje, acordei devagar sem procurar
Não precisava
Meus sonhos mostraram como a falta de cumplicidade
esvaziou minhas lembranças do dia
Como não notar?

Talvez, agora, nesta tarde, ela pudesse andar comigo
Sorrir talvez, lamentar talvez, julgar alguém talvez...
Mas nunca a nós. Nós somos fortes, muito fortes.

E ela se foi...

Quando quiser voltar
Abrirei as portas para ela
Ouvirei seus arrependimentos
E o que farei?
Saberei.
Só saberei.
Pois na falta do amor, a sabedoria bate à porta.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

à mim

Continuo usando esse espaço como algo que não me consome,
sem motivo, algo que se morrer não me dói.
E ao fim desse pensamento eu me pergunto: Então pra quê?
Pra nada. É como ter um bloco de papel.
ISSO!
Isso aqui (vulgo Blog) é um Bloco de Papel.
Então, me desculpem se em algum momento
os senhores virem algo sem coerência,
sem nexo, feio, sem métrica, sem estilo, sem diferença.
É que rabiscos são incontroláveis...



p.s.: adoro Miró!

terça-feira, 2 de junho de 2009

Presente que Ganhei

"Uma melodia e uns pedaços de pensamento eram o que queria.
Levam-me fácil demais as horas, fazem meu atraso e meus hábitos.
Uma liberdade me deve faltar,
um azul e sem direção
como aqueles tempos que combinam tão bem com as melodias.
Tenho gosto pelo dó e,
recentemente descobri, por vozes baixas e sob controle.
Ver de fora para dentro meus olhos curtos
com sorrisos quase sempre prontos para sair.
As imagens que não formo direito em minha cabeça.

Ir embora com uma bolsa do lado. Eu seria bonito.
Cheio de mistérios até para mim mesmo, cheio de segredos para quem vê.
Eu seria bonito. Mas o sonhodia parece estar sempre um dia à frente,
o que falta está tão longe do alcance dos olhos como do da memória,
criar dá medo. Esquecer-me disso e saber como é sentir dentro.
Eu seria bonito e feliz.
Lembrança e saudade juntas.

O presente ser vontade e atenção.
Cada vista seria um espelho, cada dia uma oração.
Uma tristeza forte por cada limite invisível."

Peter - janeiro de 2009