quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Do aqui para frente

Do aqui para frente


Eu só queria que o amanhã tivesse pedaços recortados dos meus sonhos.
Aqueles sonhos tão sonhados, já gastos, desbotados de tanto tempo.
Mas apesar de tudo ainda de pé.
Não sei o quê exatamente cria o limite para esse tipo de coisa, essa espera infinita,
esse querer constante, esse cansaço para tudo que não diz respeito ao outro.
Vai ver, não há mesmo limites.
Ou então até haja mas não faz a menor diferença,
o que não seria novidade.

Continuo caminhando pensando que às vezes sei por que caminho.
Continuo nisso que se faz caminho fingindo que não sinto cansaço.
Quando os pés estão descalços, que sandálias se tira para respirar?
Alma limpa só é suja por pensamentos.
Toda a animação, toda a ilusão consentida,
todo o falso assombro pela tristeza esperada que bate.
O que fazer quando se é feliz?
O que se busca quando se está feliz?

Finjo que me procuro,
mas na verdade eu sei bem o peso de cada coisa.
Amo.
Amo porque sei que não conseguiria fazer nada diferente disso.

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