domingo, 10 de janeiro de 2010

Corresponder

~ Estava mexendo em velhos escritos e achei esse. Não me lembrava dele. Foi difícil acreditar que era meu. Minha memória ainda não se lembra. Mas gostei. E se eu o assinei vou colocá-lo aqui até um dono surgir ou minha memória melhorar!
____


Corresponder


Lugares, lacunas, sobra de ar
Visto tudo para um novo angulo
Descubro, descasco,
volto a mirar.

Pequenos espaçamentos antes não notados
Que dor eles trazem agora!
Tudo veio de repente á mim
Tudo veio sem freio
Importunadamente um tudo frustrado.

Pergunto-me se o tempo não podia ter evitado
ou me avisado, perguntado, me lembrado.
Quando as coisas vieram de onde estavam
a culpa caiu na esperança e na sua negligência.
Pobre sono furtado...

Agarro-me a razão costumeira
Vejo nela a salvação de toda minha impaciência
apenas à procura do meu castigo.
Que tem ele a ver com minha impertinência?

Retraio-me em desgosto de mim
Refaço-me em sonhos novos
Torno-o sublime, torno-o meu querer.
Sem saber se é certo ou não,
acredito que eu lhe mereço por fim.

(mar/2009)

Nenhum comentário: