sexta-feira, 16 de abril de 2010

Sobre voltar sozinha

Sobre voltar sozinha

Depois de seguir o ritual de ter que voltar à casa
Só resta pensar sobre o antes
Sobre o não querer estar no agora
Sobre como o tempo inexiste quando se está feliz
Ando pensando, enquanto me troco pra dormir
Em onde tantas coisas vão parar
Os atos que morrem,
Nem todos viram memórias
Pra onde vai todo o resto?
No meu quarto claro da luz da lâmpada usada a noite
Relembro e invento em mim novas reações
De tantos fatos bons de hoje e de antes.
Como, uma mesma companhia me faz tão bem,
Como se fosse nova,
Como se estivesse sendo agora inventada,
Como se fosse apenas um desejo de pensamento meu?
Quando se brinca de deixar o amor nos dias
Assume-se o compromisso de morrer de saudades,
Quando se dorme e nada se sente,
Quando há despedidas,
Quando o momento não cabe o outro.
Tanta solidão feliz só existe mesmo pro sentimento crescer.
Cuido de mim como se fosse possível
Olhar para mim mesma com os mesmos olhos de antes.
Cubro-me.
Fecho os olhos.
Os dias podem mesmo mudar muita coisa,
Quando carregados de vontades inventadas depois de atendidas.

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